sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Decepção

Das poucas certezas que eu podia ter em minha vida, uma delas era incisiva e acabava com o meu dia toda vez que se fazia de recordação: Não era para mim aquele sorriso. E justo nesse momento, me doía ter tão poucas certezas. Sendo eu só mais uma pessoa confusa, perdida e tão medrosa. E quantos milhões de pessoas existem iguais a mim!? Talvez, se houvesse mais certezas, essas, possivelmente, aquietariam a exaustão que se encontrava minha alma toda vez que eu via aquele sorriso de novo. Era lindo... o mais lindo, mais aberto e o pior de todos os adjetivos: O mais sincero que eu já vi vir de você. Mas não era para mim. Por que essas coisas voltam a qualquer momento? Por que não podemos deletar certas cenas se tantas pessoas podem, simplesmente, nos deletar? E o que são cenas perto de pessoas? E tais pessoas- essas, que apagam pessoas- quando o querem, nos destroem, literalmente. Vai ver nem é por maldade, é por conveniência ou por... nada. De todas as formas, aquele sorriso verteu-se em lágrimas minhas. Essa minha mania de procurar o que não desejo encontrar ainda me causará danos mais sérios. Nem por isso, mas por essa tal de sorte aparecer só nessas horas: Eu sempre encontro.
Quem dera fosse isso tão somente posse, egoísmo. Mas, não. Embora esse embrulho no estômago, essas mãos geladas, esse tremor e essa brancura maior que o comum, sejam sintomas de várias outras doenças, com muito esforço, eu procuro e encontro uma palavra: Decepção. Você havia me dito que só eu tinha te feito tão feliz.E eu acreditei, com toda fé que havia em mim.
E eu me torturo toda noite, fico olhando as coisas que achei.
Me pergunto se “sou errada”?
As vezes eu assumo que essa minha tortura não vai levar a nada, não vai trazer você pra mim, não vai fazer você me amar do jeito ou até mais do que eu queria, o pior é ver todo dia, as palavras que você escreveu para a sortuda, mais enfim, eu falo que vou parar de me machucar, que vou parar de chorar, que vou parar de pensar em você.
Eu digo que vou sair no outro dia pra procurar emprego e que vou me arrumar melhor, e cuidar mais de mim mesma.. Mas essa meio que auto-estima dura tão pouco, que em instante tudo volta, toda a dor volta, todas as memórias voltam, e eu choro, choro, choro a madrugada toda...
E o pior é que quando vou pra facul eu tenho que fingir que estou bem, tento me concentrar na aula (impossível), tento conversar quando puxam assunto comigo,
Mas o mais difícil é ter que sorrir, é ter que forçar meu sorriso, é ter que gargalhar quando se quer chorar, gritar, quando se quer estar morta.
As vezes eu vou pro banheiro na hora do intervalo e me tranco lá...
Quase sempre quero sair antes do horário, pra vim logo pra casa, pra me torturar, me cortar, tentar sentir uma dor nova pra tentar amenizar nem que seja por estantes essa dor que quer me matar.
Ninguém sabe nem metade do que ele fez comigo, ninguém sabe nem metade do que ele causou a mim.
Foram tantas mentiras, tantas ilusões, tantas lagrimas, tantas agressões ( sim agressões ), tanta violência, tanta falta de respeito, tanta humilhação... Tanta coisa...
Falta pouco pra acabar de vez com minha vida... Acabei descobrindo doenças... Acabei depressiva ( “posso ter muitas coisas” mas não consigo ficar feliz ), fiquei insegura, mais tímida ainda, com a auto-estima no ralo.
Só me falta coragem pra acabar com essa vida.
Sei lá eu tento sabe, mais parece que surge uma certa esperança, sei lá eu penso que isso tudo um dia vai mudar, que eu vou ser feliz... Mais não muda, e eu estou cansada já...
EU não agüento mais chorar, eu não agüento...

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